Informações sobre a doença

O QUE É DOENÇA DE PARKINSON?

A Doença de Parkinson é caracterizada como uma doença crônica, degenerativa e progressiva que não apresenta cura. Ela é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente na população mundial, afetando aproximadamente 1% da população idosa (LAU; BRETELER, 2006; XU; PARK; BLAIR, 2010). Especificamente para o Brasil, a Doença de Parkinson acomete 3,3% da população acima dos 64 anos e estima-se que apareçam 20 novos casos a cada 100 mil brasileiros por ano (BARBOSA et al., 2006). Ainda, homens são mais acometidos pela doença de Parkinson do que mulheres – 1,5 vezes mais (BARBOSA et al., 2006; LAU; BRETELER, 2006).

A Doença de Parkinson é caracterizada pela disfunção ou morte dos neurônios produtores da dopamina. Esta degeneração ocorre, principalmente, na substância negra (parte compacta) dos núcleos da base que estão localizados no mesencéfalo (“núcleos da base”), causando diversos comprometimentos motores e não-motores (por exemplo, depressão, déficits cognitivos, entre outros) (TAKAKUSAKI et al., 2004). A diminuição dos níveis dopaminérgicos inibe os sistemas motores tálamo-cortical e no tronco cerebral, comprometendo outras estruturas cerebrais (OBESO et al., 2000). A causa da morte destes neurônios é desconhecida, o que caracteriza a doença de Parkinson como idiopática. Entretanto, é provável que a morte dos neurônios (na maioria das vezes) ocorra por aspectos multifatoriais como o envelhecimento, genética, riscos ambientais (produtos químicos, medicamentos, radiação, entre outros) e hábitos diários (sedentarismo, alimentação, tabagismo, entre outros) (OBESO et al., 2000; TAKAKUSAKI et al., 2004).

figure 1

Linha do tempo proposta por Hawkes e colaboradores (2010) dos sinais e sintomas a partir do início da doença até a morte na DP clássica (traduzida e adaptada pelos autores). Abreviações: NC – subnúcleo central da amigdala; FR- formação reticular; CN X – componente motor do nervo craniano X (vago); NPT – nucleo pedunculopontino tegmental;  Meynert’s n – núcleo basal de  Meynert; CTE – córtex transentorhinal; CA2 – segunda secção do corno de Ammon.

QUAIS AS FORMAS DE TRATAMENTO?

Para amenizar a progressão e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com Doença de Parkinson, existem algumas intervenções. A mais utilizada, o tratamento farmacológico, tem uma eficácia reduzida sobre a progressão da doença de Parkinson, além de ocasionar uma série de efeitos colaterais, como flutuações motoras e discinesias, e após o uso a longo prazo (OBESO et al., 2000). Ainda, o tratamento farmacológico é pouco efetivo para a instabilidade postural, somente sendo efetivo em tarefas desafiadoras para o controle postural, como situações de equilíbrio sobre uma perna ou que diminuam a base de suporte (BARBIERI et al., 2016; BOONSTRA et al., 2016). Além disso, o tratamento medicamentoso não é capaz de prevenir a Doença de Parkinson (OBESO et al., 2000; TAKAKUSAKI et al., 2004).

Devido a estas limitações do tratamento farmacológico, outras intervenções estão sendo aplicadas em pessoas com Doença de Parkinson. Atualmente, a intervenção cirúrgica tem surgido como uma das alternativas para o tratamento da doença, entretanto, esta intervenção apresenta alto custo e riscos, como efeitos colaterais à medida que a doença avança, além de problemas com o dispositivo (UHRBRAND et al., 2015). Para evitar estes efeitos colaterais, uma intervenção cada vez mais utilizada e que tem se mostrado bastante efetiva para esta população é o EXERCÍCIO FÍSICO (COELHO et al., 2013; GOBBI; BARBIERI; VITÓRIO, 2014). O exercício físico consegue reduzir a progressão da doença de Parkinson, especialmente quando são combinados com o tratamento farmacológico (Figura 2). Neste ponto é preciso comentar que mesmo com a realização do exercício físico é essencial que o individuo com doença de Parkinson realize o tratamento farmacológico. Pesquisas recentes têm mostrado que a participação em programas de exercício físico podem reduzir a quantidade de medicação consumida e aumenta a efetividade da medicação dopaminérgica(UHRBRAND et al., 2015). Entretanto, ainda é muito debatido sobre os efeitos positivos do exercício físico em pessoas com Doença de Parkinson, se existem evidências científicas que justifiquem estes efeitos e qual o programa de exercício físico mais indicado para esta população.

figure 3

Entenda mais sobre a doença de Parkinson!!!

 

Links de interesse

Ativa Parkinson – Facebook. Clique aqui

Movi-Lab – Facebook. Clique aqui

Brasil Parkinson. Clique aqui

Vibrar com Parkinson. Clique aqui

The Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research. Clique aqui